Ano novo


     Estou sentado no telhado da minha casa, olhando os fogos de preenchiam a escuridão do seu. É ano novo. Todos animados, festejando a chegada de 2018. 
     E aqui estou eu, a alguns metros do chão, refletindo por não ter feito nada em 2017 e por tudo ter dado errado. 
     — Será que sou o único desanimado nisso? — Falo para mim mesmo arremessando uma pedra para o chão.
     — Não... — Ouço uma voz atrás de mim. É a doce e calma voz de Ana, minha prima mais velha. — Você não é o único que está desanimado.
     — Oi, Ana. Senta aí. — Vou um pouco mais para o lado dando espaço para ela sentar-se.
     — Por que está aqui? No telhado olhando os outros se divertirem? Por que você não está se divertindo?
     — Pois eu não fiz nada de útil o ano todo, o ano todo eu não fiz nada. E é tarde de mais para correr atrás das coisas agora. — Cruzo os braços e olha para baixo.
     — Claro que dá, sempre tem tempo para tudo. Talvez seja tarde mais para começar de novo, mas não é tarde para você fazer um novo final. 2017 se foi e 2018 está aqui. — Fala apoiando os braços no teclado e olhando para o céu. — Você não pode desistir.
     — E por que eu deveria tentar? Se pode dar tudo errado de novo.
     — Porque se você não tentar você nunca vai conseguir cumprir seus objetivos. E você tem ótimo futuro basta se esforçar. 
     — Tá eu tento.
     — Jura? 
     — Juro! E obrigado por me fazer ver que nem tudo está perdido priminha. — Falo olhando para cada traço de seu rosto.
     — Feliz ano novo! — Abre um largo sorriso em seu rosto e me abraça. — Agora vamos descer daqui que não podemos perder mais nada dessa noite.
     — Vamos aproveitar cada minutos de 2018 como se fosse o último de nossas vidas. — Levanto, estendo a mão para ajuda-lá a levantar e entramos para dentro de casa para aproveitar o resto da noite com nossa família.
     

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